Também é chamada de Revolução Farroupilha ou Decênio Heróico, foi um movimento que eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos (1835 - 1845) e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta. O Rio Grande do Sul, estava esgotado pela sequência de guerras, a última das quais tinha sido a campanha da Cisplatina, com as estâncias e charqueadas produzindo pouco, com os rebanhos esgotados e sem que o império brasileiro pagasse as indenizações de guerra, apesar de enriquecer com as exportações de café e açúcar do centro do País. Os impostos sobre o gado em pé e sobre a arroba de charque - principais produtos da Província - eram escorchantes. Todos os produtos da pecuária pagavam dízimo. Cada arroba exportada pagava 600 réis de taxa e cada légua de campo pagava 100 mil réis de imposto anual. O pior porém é que o centro do Brasil preferia comprar o charque platino ao invés do rio-grandense que era produzido pelo braço escravo das charqueadas e, portanto, caro. O charque uruguaio ou argentino, fruto do braço assalariado nos intervalos das infindáveis guerras e revoluções do Prata, era vendido no Rio de Janeiro e São Paulo bem mais barato que o charque rio-grandense.Não se deve nessa época falar em contrabando, porque a fronteira sul do Rio Grande era indefinida. Até bem pouco a Cisplatina era província do império e muitos estancieiros brasileiros ou orientais tinham campos no Uruguai e também no Rio Grande, sendo impossível dizer onde terminava o Brasil e onde começava a República Oriental do Uruguai - em organização.
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