Sempre gostei de escrever. Sempre. Ainda antes de entrar para a escola primária (não frequentei a pré-escola) eu imaginava como seria saber ler e saber o que estava dentro de todos os livros que me passavam pelas minhas mãos ou os que estavam nas prateleiras das estantes da sala.  Tenho a imagem de um com a lombada mais larga só com letras lá dentro; nada de desenhos! Como seria poder ler aquilo!... O que diria? Que mistério eram as letras ao mesmo tempo que me soavam tão familiares.

Cresci a amar as palavras e o efeito que têm em nós. De contos na sala de aula passei às cartas à minha irmã Sandra e à minha avó Hermínia. Daí ao diário foi um salto pequeno. Os desabafos e a poesia chegava. Na escola as amigas próximas sabiam da minha vontade e ao confessarem-me os seus segredos eu redigia-lhes um poema de autoajuda (agora entendo o objectivo!). E a poesia foi brotando. Não é nada. É muito menos do que este texto enorme para justificar um poema que aqui deixo! Ah... dar voz ao que escrevo veio muito, mas muito depois das primeiras palavras e dos melhores entendimentos sobre elas.
Justifico-me. Sou assim!