“A boa lua” é um dos 30 contos do livro Ânsia Eterna (Garnier, 1903), de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934). Este, em especial, põe em evidência o embate geracional ao contar a história do centenário Samuel, carinhosamente conhecido como Velho Samé ou Tio Samé, homem “teimoso em viver”, na visão de sua família. Ele já havia esquecido todos os nomes, os dos filhos, o dos netos, o da falecida esposa e até o dele próprio, mas ainda tinha de cor a sapiência ligada à Terra: a época de plantar, a época de colher. Samé é um ser transcendental e vivencia um acontecimento insólito seguido de uma metáfora profunda com a seiva que persiste na árvore seca, gerando novos ramos. Essa narrativa curta de Julia almeja o drama humano, como boa cientista social que era, e contém o tempero trágico e realista/naturalista, inerente à autora. Ânsia Eterna, contudo, detêm camadas do grotesco e do insólito em suas histórias, talvez para dar conta do desdobramento metafórico que nos permite a interpretação do título do livro: o desejo feminino de igualdade e respeito, território que ela militou tão bem. Boa leitura!
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