Numa época em que diversos artistas surgem diariamente e as possibilidades de monetização da música escorrem por entre os dedos parecendo não entregarem tanto resultado efetivo, construir relevância diante do público consumidor de música é uma tarefa cada vez mais árdua; e manter um projeto musical na ativa de maneira profissional é cada vez mais um desafio para poucos. Mas a banda carioca Gorduratrans teve sorte e competência nesta empreitada de produzir música profissionalmente no Brasil: apenas dois anos separam o lançamento do primeiro disco do grupo e o momento atual, onde a banda já se apresenta como um dos nomes mais bem-sucedidos™ do streaming entre os artistas independentes nacionais.

Ninguém ficou rico ainda, mas uma luz surge em algum lugar do túnel. Só a faixa "Você Não Sabe Quantas Horas Eu Passei Olhando Pra Você" já foi executada mais de 170 mil vezes no Spotify, alavancando um lucro com reproduções que acabou viabilizando a gravação do segundo disco da banda, lançado recentemente. O trajeto entre esses dois discos foi o tema da conversa que o Afonso de Lima teve com o vocalista Felipe Aguiar no primeiro episódio do Yeah Cast, que vai falar da relação das bandas independentes brasileiras com as plataformas digitais de consumo de música. No papo, detalhes de como a banda se construiu relevante nas redes a ponto de conseguir lucrar com elas. Spoiler: isso só aconteceu por conta da construção de laços humanos offline e às custas de muita sola de sapato deixada por ruas bem mais físicas do que os bytes que acessamos na nuvem.