Há 10 anos McGee’s Alice trouxe um jogo que pode não ter feito muito sucesso de vendas, mas com certeza se tornou um jogo cult, pois os poucos que jogaram aprovaram o game. Agora em Madness Returns, o jogo foca mais em um Hack and Slash (jogo com ênfase em curtos combates com armas ataques curtos) do que em terror.

Mesmo o jogo sendo continuação do título anterior, a trama é retomada em curtos acontecimentos  durante o game e a nova história é entendida de forma que o primeiro título não precisa ser jogado. Para os curiosos que quiserem experimentar McGee’s Alice, o jogo trás gratuitamente o primeiro título remasterizado para download.

Quando criança, Alice viu seus pais serem queimados juntos com sua casa, deixando ela completamente perturbada e com um sentimento de culpa, pois em suas lembranças, foi ela que  causou o incidente. Como tentativa de refúgio, ela vai para o País das Maravilhas onde de maravilhoso não existe nada.  É possível encontrar todos os principais personagens da história original como o Gato (onde ele consegue ser ainda mais macabro) e o Chapeleiro Maluco (principal aliado de Alice).

O jogo se passa em uma pobre, suja e pacata cidade de Londres quando Alice não está em seus devaneios. O visual do jogo é único, belo e bizarro ao mesmo tempo, lembrando muito as animações do longa metragem A Noiva Cadáver.

O problema é que toda a riqueza visual do jogo não é acompanhada pelos gráficos do jogo, onde trazem vários bugs e cerrilhamento (principalmente na versão do PS3). Isso não quer dizer que o jogo é feio, é que os gráficos ficaram datados, como se fossem do inicio desta geração. Tratando-se que ele foi produzido em cima da Unreal Engine (Bulletstorm, Batman: Arkhan Asylum) fico pensando de o jogo não foi polido por falta de tempo para a entrega do game ou os desenvolvedores não deram tanta importância para esse fato.

Mas há um destaque principal para a arte da personagem principal. Todos seus movimentos são executados com grande beleza. Cada capítulo do jogo ela estará vestida com um belo vestido diferente e condizente com a fase. Seus cabelos foram magnificamente bem tratados com excelentes efeitos.

A jogabilidade é em terceira pessoa seguindo um estilo de games como God of War ou Castlevania Lords od Shadows. O modo de batalha é constituído do famoso ataque fraco, onde Alice usa uma faca e o ataque forte, onde é usado um bastão com uma enorme cabeça de cavalo na ponta. Também é possível usar o moedor de pimenta para atirar nos seus inimigos como se estivesse usando uma metralhadora e o bule de chá servindo como um lança bombas.

A esquiva lembra Bayonetta, onde Alice faz uma espécie de teleporte para um dos lados escolhidos pelo jogador substituindo seu corpo por diversas borboletas, dando ainda mais beleza ao visual da personagem. Ainda há uma habilidade que deixa Alice minúscula fazendo com que passagens, caminhos e mensagens secretas sejam mostrados para o jogador.

Como a história se passa em longos cinco capítulos, em certos momentos o jogo começa a ficar cansativo, pois a variedade de puzzles e inimigos são muito pequenas para um jogo que leva em torno de 15 horas para ser terminado.

Para gamers que gostam de ficar procurando e coletando itens Alice: Madness Returns será mais do que um prato cheio de diversão. É possível achar vários fragmentos da memória da personagem como conversas entre sua falecida família, passagens em médicos e psicólogos e até mesmo as broncas da diretora do orfanato onde vive.

Apesar da grandeza das fases e de toda beleza de sua arte única, as famosas paredes invisíveis foram colocadas em lugares que limitam a livre circulação e exploração entre os cenários  sendo esse o principal fator irritante e desanimador do jogo.

Alice: Madness Returns é um jogo de ação disponível para Playstation 3, Xbox 360 e PC.

[fonte de fotos: ign.com]