Galáxias
(Nêodo Noronha Dias)
Mais serve a nós pobres profanos
a angústia, o sofrimento insano
O sacrifício, a dor dorida
do que o fulgor esplendoroso
O êxtase profundo, a alegria
Pois a felicidade fugidia
Só se apresenta após o desenlace
Onde a ilusão, que inebria,
todo o fulgor, toda a fantasia
Extinguem-se no pó.
Diluem-se na fumaça.
Desaparecem
Somem.
Então, na transmutação
Seremos partículas disformes
A vagar por galáxias estranhas
Mais perto das estrelas
mais próximos de asteroides.
Formaremos, longe da impureza
miríades de luzes contundentes
junto a outros seres
no espaço sideral.
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