"O oceano é comumente chamado de “a última fronteira inexplorada” da Terra. A zona abissal, como é chamada aquela localizada abaixo de dois mil metros de profundidade onde nem a luz do Sol chega e abriga diversas criaturas estranhas."
- Gabriela Santos, Oganpazan
No dia 27 de março, o rapper e beatmaker baiano Matheus Coringa lançou seu novo álbum “Loops Abissais”. Ácido, niilista e existencialista, o disco foi produzido por Noshugah, Campoy, iiaancoo e DJ Tadela e conta com as participações de Nabru, Sergio Estranho e El Mandarin.
O fato é que o Matheus Coringa de “Loops Abissais” é mais maduro que o Matheus Coringa de “Nictofilia”. A produção e a estética dos sons é suja, mas elegante e estilosa. Sua forma de comunicar é agressiva, mas intelectualmente instigante.
Em nenhum momento ele abandona sua característica sinceridade irônica; em "Nightvision" ele critica o que ele chama de “rap tilelê”. É impossível não pensar nos casos de agressão e outros abusos relatados pela ex-namorada do Hot da extinta dupla Hot e Oreia.
Em outro momento, ele critica artistas do trap que vivem apenas de aparências, deixando a arte em segundo plano em prol da fama. Ele faz um paralelo entre esses artistas e Vanilla Ice, que ficou conhecido nos anos 90 por ter usado samples da música "Under Pressure" do Queen, e sem autorização.
Essa obra é um presente para os fãs do underground. Se você gosta das mentes criativas que compõem essa cena, com certeza vai visitar e revisitar durante muito tempo os sons de “Loops Abissais", que pode ser encontrado em todas as plataformas de streaming.
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