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‘50% dos filmes de maior bilheteria no Brasil são feitos por mulheres’, indica Laís Bodanzky

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Released Friday, 8th March 2024
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A cineasta brasileira Laís Bodanzky veio a Paris dar uma masterclass na Universidade Sorbonne sobre sua produção artística e participar da segunda edição do Festival Regards Satellites (Olhares Periféricos, em tradução livre), de Saint-Denis, na região parisiense. Sobre os avanços da paridade de gênero no cinema, a diretora disse que as mulheres ainda são minoria, mas “50% das grandes bilheterias no Brasil têm a direção de mulheres”.

Lais Bodanzky é figura central do cinema brasileiro. Ela estreou como cineasta em meados dos anos 1990 e assina vários curtas e longas-metragens, aclamados pela critica. Seu primeiro longa, o premiado “Bicho de Sete Cabeças”, de 2001, e o último, “A Viagem de Pedro”, de 2022, que era inédito na França, foram exibidos no festival.

Vinte anos separam as duas produções. Além de ilustrar a evolução da obra da cineasta, os filmes também indicam a evolução do cinema brasileiro nessas duas décadas. Laís Bodanzky lembra que “Bicho de Sete Cabeças” veio na “primeira leva da retomada do cinema brasileiro”, depois da extinção da Embrafilme pelo governo Collor, que aniquilou a produção cinematográfica nacional.

Ela faz um paralelo dessa “ausência e desrespeito com a cultura” com o período recente vivido pelo país durante o governo Bolsonaro. Segundo a cineasta, a diferença agora "é que não chegamos à produção zero porque depois de viver o trauma de chegar à produção zero, o próprio setor se organizou e assim nasceu a Agência Nacional de Cinema, a Ancine, que não fechou", relativiza.

Sobre a sua produção artística, Laís Bondanzky diz que seu “discurso não mudou, mas a linguagem sim”. Segundo ela, “A Viagem de Pedro”, seu primeiro longa histórico que conta o retorno de Dom Pedro I à Europa depois de ter abdicado do trono no Brasil, “é o meu filme mais diferente, digamos assim do ponto de vista da experimentação, meu filme mais experimental”.

Ela aponta uma “coincidência” temática na escolha desses dois filmes pelo Festival Regards Satellites. “Os dois falam sobre a questão da saúde mental de formas totalmente distintas”.

Mulheres no cinema

Na Masterclass na Sorbonne, a convite do professor Alberto Silva, Laís Bodanzky falou principalmente do processo de criação do “Bicho de Sete Cabeças” e fez uma revelação. Como resultado do movimento de luta por mais representatividade das mulheres no cinema, um filme precisa ter no mínimo uma cena de um minuto, com duas mulheres conversando sobre um assunto que não seja sobre homens, para ganhar o selo “Bechdel”.

“Por incrível que pareça, se eu analisar o meu primeiro longa-metragem, ele não tem, ele não ganha esse selo. Hoje, eu não posso mais fazer um filme que não ganhe esse este selo porque não combina mais comigo”, reconhece.

A cineasta foi presidente da SPCine, a agência de cinema de São Paulo, durante dois anos, até 2021. Ela ressalta a questão da diversidade de gênero e raça no cinema, que apesar de avanços, continua central no setor. “Hoje, temos na direção ainda um número pequeno, que é de 20% da presença de mulheres nessa função. É pouco. Em compensação, quando você analisa os filmes de maior bilheteria feitos no Brasil, tem 50% dessas grandes bilheterias com a direção das mulheres". 

Sobre a representatividade nas telas, ela lança: “chega de estereótipos, né? A gente tem que reconhecer que algo mudou, mas não dá para acomodar porque ainda é pouco".

Oscar 2024

Desde 2019, Laís Bodanzky vota na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para os filmes do Oscar. A cerimônia de premiação de 2024, que acontece no próximo domingo (10), mostra que “lentamente” a paridade entre os indicados avança, mas ainda não foi atingida.

“Eu tenho que confessar que eu senti muito que a Greta Gerwig não entrou como diretora porque ela é uma cineasta com uma carreira importantíssima. É uma falha. Difícil mesmo de entender por que o filme (“Barbie”) é reconhecido por todos os lados e a direção não tem esse reconhecimento”, exemplifica.

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