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D. Pedro I foi um músico “global”, diz autora da biografia do imperador brasileiro em Paris

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Released Friday, 2nd February 2024
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A cravista e pesquisadora brasileira Rosana Lanzelotte participou em Paris de uma série de eventos sobre o seu trabalho de resgate e difusão do patrimônio musical brasileiro. A diretora-geral do portal Música Brasilis apresentou na capital francesa seu recente livro “Já raiou a Liberdade: D. Pedro I compositor e a música de seu tempo”.

Na obra, lançada em 2023 no Brasil pela editora Capivara, Rosana Lanzelotte revela a trajetória pouco conhecida do músico D. Pedro I, que não foi somente autor do Hino da Independência, mas de várias outras obras. Em Paris, ela falou sobre essa pesquisa, em um seminário sobre “Música e Globalização” na Universidade Sorbonne.

“D. Pedro era um ser global”, afirma a cravista, lembrando que o primeiro imperador do Brasil, nasceu em Portugal, foi para o Rio, casou-se com uma vienense, D. Leopoldina, e voltou para Portugal. “O Hino Constitucional, que ele escreveu no Rio de Janeiro em 1821, se tornou o hino nacional de Portugal de 1834, quando ele liberta Portugal do absolutismo de seu irmão, até 1910, quando é proclamada a República portuguesa. Portanto, ele é um compositor global”, diz a pesquisadora.

Ela ressalta ainda o papel importante da música na relação do príncipe herdeiro com D. Leopoldina. Se no final a violência marcou o casamento dos dois, no início a princesa "foi uma grande figura de todos os pontos de vista, tanto como fomentadora da Independência, como do próprio talento de D. Pedro I compositor".

O monarca foi aluno dos grandes mestres Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Rosana Lanzelotte buscou e encontrou partituras assinadas por ele em vários países, no Brasil, claro, mas também em Portugal, Açores, Áustria e em Paris, onde uma das obras do brasileiro foi regida por Gioachino Rossini. No entanto, apesar de ainda existirem composições desconhecidas, a obra não é muito extensa. 

“Temos cerca de 15 obras, entre as quais obras monumentais, que foram feitas para a Capela Real do Rio de Janeiro, inclusive sua obra, talvez de maior envergadura, que é o chamado Credo do Imperador”, conta.

Política freia produção musical

A produção musical do então herdeiro do trono de Portugal é freada com a volta de D. João VI a Lisboa. Rosana Lanzelotte revela que “os anos mais férteis” de composição foram de 1816 a 1821, quando “de certa maneira se encerra a grande dedicação à música, porque ele se torna príncipe regente do Brasil. Tinha esse altruísmo de dedicar a vida à missão política”. 

O conjunto da obra do imperador não é extenso, mas é antenado com seu tempo. A pesquisadora explica que D. Pedro “mostra conhecimento da retórica musical da época; mostra uma proficiência no emprego de instrumentos, no emprego da instrumentação da orquestra, com sua pujança, e usa isso a favor do texto litúrgico que ele está, digamos, ilustrando”.

Além disso, o imperador “utilizou o seu talento para valorizar a nação brasileira, a começar pelos hinos que, depois das valsas, são as obras a que ele mais se dedica”.

Música Brasilis

Na Unesco, a diretora-geral e fundadora do portal “Música Brasilis” foi uma das convidadas do Simpósio Patrimônio Software. A plataforma, que existe desde 2009 com o objetivo de resgatar e difundir partituras de compositores brasileiros de todos os tempos e gêneros, tem uma parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, sediada em Paris.

O portal disponibiliza mais de 6.000 partituras gratuitas online de compositores brasileiros em domínio público e a parceria com a Unesco, iniciada em 2017, vai ampliar ainda mais esta oferta. “Nosso grande compositor, Carlos Gomes, teve os seus documentos inscritos no registo Internacional do ‘Memória do Mundo’ da Unesco. Essa foi a justificativa para propormos esse projeto de acervo digital de partituras brasileiras, com o resgate de 5.000 obras de compositores públicos, entre as quais todas as óperas de Carlos Gomes”, informa. 

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