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“Evitar uma volta do bolsonarismo ao poder no Brasil é fácil”, acredita economista francês

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Released Thursday, 8th February 2024
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Uma palestra do economista francês Numa Mazat inaugurou neste mês de fevereiro um novo evento na tradicional Casa da América Latina, que visa discutir a economia na região. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro falou sobre a relação entre a economia, o voto populista e a ascensão da extrema direita no Brasil, um tema de grande relevância também em muitas democracias ocidentais na América Latina, Europa e Estados Unidos.

Numa Mazat deu um panorama dos últimos anos na política e economia brasileira, começando pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, e vindo até os dias de hoje. Em entrevista à RFI, ele detalhou que três aspectos foram determinantes para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e a chegada da extrema direita ao poder no Brasil: a política econômica, em particular a questão do crescimento econômico; as políticas sociais, como a adoção de programas de transferência de renda; e estrutura social brasileira, marcada por uma desigualdade muito forte, por conta da herança histórica do sistema escravocrata colonial.

O crescimento econômico fraco, resultado de uma política macroeconômica insuficiente para estimular a demanda, é terreno fértil para o desenvolvimento do voto populista e de extrema direita, resume o professor da UFRJ.

Baseado no resultado da última eleição e na vitória apertada de Lula, Numa Mazat diz que os dados mostram claramente um vínculo entre os níveis mais altos de renda e o voto em Bolsonaro. O economista indica que essa relação só é evidente no caso brasileiro.

“Se você pensar no caso, por exemplo, da França ou de muitos países europeus, é o oposto. (Nesses países) você observa que, em geral, as classes populares vão expressar um maior voto a favor da extrema direita. E, ao contrário (do Brasil), a classe média até hoje representa uma forma de barreira à chegada ao poder da extrema direita”, ressalta.

No caso do Brasil, a situação é inversa pela “interação dos três elementos” supracitados que garantem privilégios à classe média brasileira. “Há uma lógica, uma lógica perversa né?, mas uma lógica nesse conjunto de políticas econômicas que não favorece o crescimento econômico, que representa um retrocesso social e, portanto, que mantém um sistema de privilégios”, afirma. A estagnação da economia brasileira foi “o preço alto que a classe média brasileira pagou para tentar manter seu privilégio”.

Barrar a extrema direita

Numa Mazat considera que, diante da situação política e econômica do país, o “desempenho do Brasil não foi tão ruim” em 2023, primeiro ano do terceiro governo Lula. “O ano passado não teve problema de teto do gasto. O problema é esse ano! A gente vê que o teto do gasto já volta a assombrar, ou seja, em si, em uma limitação muito grande para o crescimento econômico”, antecipa. 

No entanto, o economista descarta nesse momento uma volta do “bolsonarismo” ao Brasil. “Se o governo Lula mantiver e aprofundar uma política de aumento das transferências sociais, uma política de estímulo ao crescimento econômico, não há porquê haver uma volta do bolsonarismo (que) se alimentou justamente da falta de crescimento econômico”.

Por isso, o economista acredita que “para evitar a volta da extrema direita é relativamente fácil”. É necessário compatibilizar um programa de estímulo econômico, com gastos públicos, transferências sociais e mobilidade social, com a coalizão no poder. O problema é que os partidos de centro-direita que integram a atual coalizão não são “tão favoráveis” a essa política. Otimista, Numa Mazat espera que “na hora ‘H’ haverá, sim, a capacidade de pelo menos manter um certo nível de crescimento econômico e um certo dinamismo na política social”.

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