O caso de estupro que envolve a promoter Mariana Ferrer e o empresário André Aranha movimentou as redes sociais no começo da semana. As cenas do julgamento divulgadas na internet falam por si, e mostram o comportamento no mínimo polêmico das autoridades envolvidas. O advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, procede à humilhação de Mariana, acusa-a de ser dissimulada, e de viver da “desgraça dos outros”. Num dos momentos, ele exibe fotos publicadas pela promoter em redes sociais e questiona as roupas que ela usa e sua sensualidade supostamente exagerada. O juiz inocentou o acusado e entendeu que não houve estupro. No entanto, a linha de argumentação do advogado nos lembra antigos conhecidos: o estupro por “merecimento” e a histórica incapacidade do sistema jurídico brasileiro de lidar com questões femininas. Até quando a justiça aceitará a tese de que uma mulher “merece” ser estuprada em função das roupas que usa ou das fotos que publica nas redes sociais? O que falta para que advogados, juízes e promotores tratem com respeito as denúncias feitas por mulheres? O que temos a aprender com este caso?
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