Pra buscar um tratamento, uma pessoa doente precisa saber que tem uma doença. Da mesma forma, pra buscar uma solução, alguém precisa reconhecer quando tem um problema. Uma coisa parecida acontece com o racismo. Vimos acontecer na semana passada, nas vésperas do Dia da Consciência Negra, o assassinato brutal de um homem negro, João Alberto Silveira Freitas, pelas mãos de um PM e um segurança, nas dependências de um supermercado de Porto Alegre. Na esteira do ocorrido, setores da sociedade e do governo, inclusive presidente e vice, se apressaram em afirmar que no Brasil não existe racismo, que o fato era um caso isolado —alguns até chegaram a questionar a idoneidade da vítima. É preciso repetir: Negros e pardos no Brasil são aqueles que mais sofrem mortes violentas. Isso é um sinal inequívoco de racismo estrutural. Varrer esse fato pra debaixo do tapete não vai fazer com que a realidade mude. Por que nossa sociedade como um todo insiste em negar o racismo? Por que temos dificuldade em admitir esse problema e partir para medidas efetivas? Por que o negacionismo é tão sedutor?
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