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'Praia Formosa', longa sobre apagamento da escravização no Rio, compete no Festival de Cinema de Roterdã

'Praia Formosa', longa sobre apagamento da escravização no Rio, compete no Festival de Cinema de Roterdã

Released Wednesday, 31st January 2024
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A 53ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, na Holanda, abriu na semana passada com a participação de nove filmes brasileiros. “Praia Formosa”, da diretora carioca Julia de Simone, é um dos selecionados para a “Tiger Competition”, principal mostra do evento.

O longa “Praia Formosa” conta a história de Muanza (interpretada pela atriz Lucília Raimundo), traficada do então Reino do Congo para o Brasil no século XIX para ser escravizada. A personagem acorda em 2023 no Rio de Janeiro e é o fio condutor de uma trama que mistura ficção, documentário e fantasia.

Em entrevista à RFI, Julia de Simone contou que o filme partiu de uma vontade de investigação das origens do Rio de Janeiro, impulsionada por uma pesquisa que realiza há vários anos sobre a região portuária da capital fluminense, onde foi encontrado o sítio arqueológico do Cais do Valongo. No local, desembarcavam pessoas que foram escravizadas no período do Brasil Colonial. 

"O desejo era de contar um pouco essas histórias que não fazem parte da história oficial da cidade, que estão por trás dessa ideia de um Rio de Janeiro 'cartão postal', 'maravilhoso', mas que são histórias que, de fato, sustentam e que fazem parte da construção desse lugar que é muito originário da cidade", diz.

Por meio da saga de Muanza, Julia "descortina narrativas que sofrem tentativas de apagamento". "Na medida que a gente foi avançando na pesquisa, no roteiro, e conversando com as pessoas da região portuária, conhecendo personagens que inclusive atuam no filme, a gente foi entendendo que existe outra história do Rio de Janeiro que não é contada", ressalta. 

Com o trabalho, a cineasta carioca também propõe um outro olhar sobre acontecimentos que ocorreram durante o processo de escravização. "O filme preza por contar uma história de resistência, afeto e irmandade", observa Julia, "mas não necessariamente através da ótica da violência, e sim pensando como as pessoas resistiram". 

Dois idiomas de origem banto 

"Praia Formosa" foi gravado em três línguas: português, quicongo e quimbundo, dois idiomas de origem banto que eram falados pelos escravizados na época do Rio de Janeiro colonial. Embora nem Julia, nem as duas outras roteiristas - Aline Portugal e Mariana Luiza - sejam fluentes nessas duas línguas, as personagens principais dialogam em quicongo e em quimbundo.

Por isso, para a escrita do roteiro, o filme contou com o trabalho do historiador carioca Luiz Antônio Simas e do filósofo e linguista baiano Tiganá Santana. Além deles, dois professores angolanos que vivem em Salvador treinaram as atrizes para a interpretação das falas nesses dois idiomas africanos, "fundamentais para a cultura carioca". 

Julia comemora a visibilidade que a seleção para o Festival Internacional de Cinema de Roterdã traz para o longa. "Estamos muito felizes! A 'Tiger' é uma competição de primeiros filmes, de diretores que realizaram no máximo três longas, então é um espaço que preza pelo acolhimento de filmes e temáticas não convencionais, que fogem das narrativas clássicas, o que nos interessa muito", diz.

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